Viver emoções faz parte normal da vida
que todos levamos. Porém, estamos numa fase da evolução humana em que
precisamos conhecer melhor o significado das emoções e como elas podem
ser alavancas de limitação ou de liberdade interior.
Ao nível do sentir podemos confundir
emoções com o sentir sábio que existe em todo ser humano e que faz parte
do equipamento fantástico de sabedoria natural com que todos nascemos.
A mente humana ainda não encontrou o
equilíbrio natural, vivendo uma grande parte do seu tempo em estado de
confusão e contradição interior. Os pensamentos se sucedem de forma
desordenada e dispersa, deixando a pessoa ao sabor de muitas
estimulações, sendo frequentemente levada para becos sem saída nas
escolhas e decisões que toma a cada momento.
O
complexo mente-corpo está ainda por ser verdadeiramente descodificado na
sua forma de atuação na vida do ser humano. Contudo, do pouco que já
entendemos do seu funcionamento, sabemos que existem níveis de
equilíbrio que podem e devem ser conquistados por todos nós, atendendo a
consciência que temos da nossa atividade mental e emocional.
As emoções são a resposta física aos
pensamentos conforme são articulados. Por sua vez, elas são responsáveis
pela acumulação de experiências e vivências de toda uma vida no nosso
sistema de memória interna que vive em todas as nossas células. Ao serem
vividas, as emoções cristalizam as experiências em “casulos de energia”
que podem tornar-se redemoinhos de sofrimento contínuo na nossa vida.
Esses “casulos de energia” se alimentam
por meio de um processo automático pela parte não consciente do nosso
cérebro, criando mecanismos de resposta aos estímulos que recebemos ao
longo da nossa vida. Assim, a raiva, zanga, mágoa, tristeza, inveja e
culpa que ficaram “presas” em experiências passadas vão sendo
reabastecidas energética e quimicamente pela nossa reação às situações
atuais que despertam em nós essas mesmas emoções.
Na verdade, se não existissem registos
dessas emoções, vivenciadas por nós no passado, a reação aos mesmos
estímulos seria bem diferente. Por falta de conhecimento ainda
acreditamos que a causa dos nossos infortúnios devem-se às situações que
temos que enfrentar, mas, na verdade, o mecanismo funciona ao
contrário: por causa dos “casulos de energia” retidos na memória, o
cérebro leva-nos a reagir ao que aparece, de forma a alimentá-los.
Estes mecanismos são constantes e, na
verdade, estamos sempre condicionados a viver o passado em repetição
contínua, visto que o cérebro está em constante movimento associativo
com a sua base de dados, acumulada ao longo do tempo de vida que temos.
Mudam os cenários, mudam os dias do calendário, mas a resposta aos
estímulos (situações, relacionamentos, fatos, etc) é feita em função da
associação que o cérebro faz com o que ele encontra no seu estoque de
informações (memórias).
Para
gerenciarmos nossas emoções, precisamos estar mais conscientes de como
funcionamos por dentro. Raras vezes ficamos “zangados, tristes,
infelizes” pela razão que julgamos ser. Através de um processo de
reflexão interior (e o coaching pode ajudar muito nesse processo)
podemos identificar quais os “casulos de energia” presos que estão por
detrás do nosso mal-estar atual.
Com uma abordagem sábia de Inteligência
Emocional podemos ir desfazendo e libertando esses “casulos” e, com a
sua desintegração, ficamos mais livres para viver o AGORA de novo,
frescos e livres do constante condicionamento do passado e de suas
reservas destrutivas.
Um dos métodos muito usados é o de nos
habituarmos a observar nossas emoções, sem nos deixarmos absorver por
elas, criando uma desidentificação com a emoção que nos sobrevem. Toda a
emoção observada, colapsa. O importante é tomarmos consciência de que
não somos a sensação ou a emoção, mas sim o campo de consciência onde
ela se expressa. As emoções, as experiências, são como ondas na
superfície de um oceano. Fazem parte dele, mas não são o oceano.
Quando a emoção vem, podemos percebê-la
como uma onda que entra e sai do nosso grande campo de consciência,
deixando que ela faça seu percurso e se vá, tal como as ondas do oceano,
que seguem para a praia e se desfazem na areia, regressando ao oceano
como simples água… Assim, a energia presa nas emoções liberta-se e volta
ao nosso campo de energia, restabelecendo o equilíbrio perdido.
Isabel Ferreira
Queridos amigos sonhadores achei este texto fantástico e muito esclarecedor quanto à forma como navegámos e gerenciamos as nossas emoções ao longo da vida. Interessante seria que cada um de nós colocasse em prática algumas orientações que apresenta a Isabel Ferreira. E lembre-se sempre do seguinte: quando se sentir mais atordoado ou em sofrimento com uma determinada emoção, toda a emoção que seja observada, colapsa. Pelo menos isto parece-me simples. Vamos experimentar e ser a partir de AGORA mais felizes.
Beijinhos emotivos
ISA