Os sonhos são um poderoso instrumento de
autoconhecimento e de busca pelo caminho pessoal. Observá-los com atenção,
rigor e respeito (uma das funções no processo da psicoterapia junguiana) é um
exercício contínuo para que possamos almejar ao amadurecimento do Ser.
Jung atribui aos sonhos cinco funções básicas:
2. A segunda função é a prospetiva. O sonho oferece indicativos diferentes daqueles que a consciência, naturalmente limitada, é capaz de captar. É a função educativa do sonho: incita à solução de conflitos, amplia a visão de forma melhorada.
3. A função redutiva em que os sonhos surgem como elementos questionadores, cuja função é de destituir qualquer imagem já construída na consciência sobre determinado aspeto. O efeito destes sonhos não é necessariamente aniquilador, mas funciona como um questionamento diante de ideias e conceitos frágeis.
Os sonhos podem funcionar como respostas reativas perante acontecimentos da
vida lúcida. Quando uma determinada experiência nos afeta de forma impactante,
o inconsciente tende a repeti-la em imagens oníricas até que todo o conteúdo
possa ser prontamente assimilado. Essa temática é bastante comum após vivências
traumáticas. É como se assistíssemos a diferentes excertos do filme várias
vezes até compreendê-lo por inteiro.
5. A função dos sonhos mais curiosa e controversa é a que pressupõe que os sonhos
podem estabelecer a telepatia. As experiências dos sonhos premonitórios, ou
telepáticos, falam por si. Somente quem os tem consegue descrever o quanto o
podem inspirar em fascínio ou temor.
Estes tipo de sonho são a prova máxima para que
entendamos que as fronteiras do tempo e do espaço são limitadores à
consciência, e não ao inconsciente que vive sob a ausência de uma linearidade
de acontecimentos. A mesma lei que justifica a capacidade que temos de, em
instantes, lembrarmos com nitidez de eventos ocorridos há décadas serviria para
explicar as visões sobre o futuro experimentados durante o sono.
E o que é a consciência? Que limites temos?
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